segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Greves estouram pelo mundo!

Imagem: divulgação
Ao que tudo indica, trabalhadores do mundo todo estão começando a "despertar" e a refletir melhor sobre suas reais condições de trabalho, normalmente precariezadas pelo setor privado ou público. No Brasil vimos recentemente que as greves e manifestos estão explodindo por todo o país, aconteceu com os Policiais Federais, Policiais Rodoviários Federais, Caminhoneiros, trabalhadores da GM, um pouco mais atrás aconteceu com os bombeiros no Rio de Janeiro e também nas obras do PAC, onde mais de 80 mil trabalhadores paralisaram os serviços, exigindo melhores condições de trabalho.

O Brasil não foi o único alvo, ondas de greves e protestos se espalharam pelo mundo, Espanha, Grécia, Itália, Irlanda, Estados Unidos, Chile, entre outros. Agora, não mais do que uma surpresa, até mesmo os trabalhadores de países potencialmente econômicos também mostram sua força aos poucos. Na Alemanha, principal economia da União Europeia, a companhia aérea Lufthansa sentiu no bolso o peso de ter trabalhadores insatisfeitos com seus salários e condições de trabalho.

Os Aeronautas da empresa decidiram realizar uma greve de oito horas na última terça-feira (04.09). Uma paralisação semelhante na sexta-feira (31) cancelou mais e de 200 voos, afetando 26 mil passageiros e custando milhões de euros à principal companhia aérea alemã. Hoje, diante da negativa da empresa em negociar, a promessa é de que mais paralisações e mais prejuízos virão à empresa, as cidades afetadas são Frankfurt, Munique e Berlim. O sindicato da categoria afirma que a reivindicação é por um reajuste salarial de 5% e por melhores condições de trabalho.

E mais uma vez, com certeza a reivindicação será "criminalizada" pela empresa e pelo governo Alemão, já que os principais afetados são os próprios tripulantes, e uma estratégia comum de se usar, é jogar trabalhadores contra os próprios trabalhadores, que nesse momento, não conseguem se enxergar como parte de uma única "classe". 

O problema desse desencontro de identidade é fatal. Os trabalhadores que dependem dos serviços, que deveriam apoiar e exigir da empresa uma solução, vão repudiar a atitude dos próprios trabalhadores. Uma posição contraditória. Todos devem enxergar que aqueles que brigam por mais direitos, estão fazendo isso porque são trabalhadores como todos nós, que dependem de salários para sobreviver e de boas condições de trabalho para garantir melhores condições de saúde física e psicológica. Nosso papel como trabalhadores, assim como eles, é de apoiar e exigir que a empresa solucione o problema e não exigir daqueles que são iguais a nós uma solução. Todos os direitos que você, trabalhador, tem hoje, foi conquistado com lutas, greves e manifestos. Nada nos foi dado por caridade e boa vontade, e se eles estão lutando por direitos, devemos nos espelhar e buscar mais direitos para nós também.

Leandro Seles

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