quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Senado aprova 50% da vagas em federais para cotas

Imagem: Divulgação
Foi aprovado na última terça-feira (07) pelo Senado o projeto de lei que reserva 50% das vagas nas universidades federais e nas escolas técnicas para alunos que cursaram o ensino médio completo em colégios públicos, estabelecendo também a divisão das vagas com base nas raças dos estudantes.
Se o texto for aprovado as cotas deverão ser prioritariamente ocupadas por negros, pardos ou índios, considerando o tamanho de cada uma das populações de acordo com o censo do IBGE, se houver sobra de vagas elas irão para os demais alunos. Também está previsto na matéria que metade das cotas reservadas serão destinadas a alunos com renda de até R$ 993,00 por pessoa, respeitando também o critério racial.
Agora o projeto de lei segue para ser sancionado ou não pela Presidente da República, Dilma Roussef. Se aprovado, o projeto prevê vigorar por dez anos, sendo revisado depois disso, com o objetivo de verificar se o modelo deu certo.
De acordo com pesquisas realizadas, o projeto mais do que dobra o número de vagas destinadas à cota. No Brasil existem 59 instituições federais, ao todo há 52.190 vagas destinadas as cotas, se aprovado o projeto, o número de cotas vai para 122.131, o que significa um aumento de 134%.
Fim do problema real da Educação Superior?
Essa nova medida do governo federal não é o suficiente para resolver os problemas da educação do nível superior no Brasil. Tendo em vista que, ao ingressar em uma universidade federal, por exemplo, o estudante se vê diante de situações muito mais adversas do que apenas a dificuldade em passar no vestibular.
Não podemos generalizar, mas, na maioria das vezes um estudante da rede pública de ensino vem de uma situação financeira menos favorável, o que resulta em dificuldades para o estudante se manter na faculdade, já que para sobreviver e estudar ele precisa de moradia, alimentação, material de estudo, transporte e outros, que pode significar muito no bolso da família de um estudante de baixa renda. Enquanto o indivíduo que estudou na rede particular sai na frente na hora do vestibular, ele conta tambem com vantagens para se manter na faculdade.
Muitas universidades estaduais e federais fornecem moradia estudantil e alimentação, mas a verdade é que não abrangem nem ¼ dos estudantes na maioria das vezes, ou seja, os estudantes da rede pública que agora vão ter a oportunidade de ingressar na rede pública de ensino superior, vão encontrar muitas dificuldades para se manter estudando na universidade.
Outro problema real das universidades públicas no Brasil é a falta de vagas, que apenas se dividem, e não aumentam. Ensino superior público tem que ser um direito de todos e apenas dividir as vagas que já existem entre pessoas de classes sociais diferentes, não vai resolver o problema maior.

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