Dois jovens
foram detidos
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Polícia deu voz de prisão para dois manifestantes (Fotografias - Natália Campanholo) |
Com gritos de “Judas”, nariz de palhaço e cartazes na mão,
a população saiu às ruas nessa segunda-feira (22) para protestar contra o
aumento do número de vereadores, aprovado na última sessão. Cerca de 200
pessoas ocuparam a frente da Câmara de Mirassol.
Dentro da Casa de Leis, cerca de
120 pessoas acompanharam as atividades, além dos que permaneceram do lado de
fora devido à lotação máxima do prédio. Logo no início foi aprovada a ata da
última sessão, que continha o projeto de emenda do aumento de 10 para 15
vereadores. A votação da ata era importante, pois se rejeitada, anularia o
aumento de cadeiras.
De acordo com a Câmara de Mirassol,
a ata precisava de seis votos para ser anulada, o que não aconteceu. Walmir
Chaveiro, presidente da casa não pôde votar, pois de acordo com o regimento
interno, a votação no requerimento era de maioria absoluta.
Dora de Oliveira (PT) entrou com
requerimento para que a votação fosse anulada, mas o documento foi rejeitado,
por quatro votos a seis. Os vereadores que rejeitaram a anulação da votação:
Daniel Sotto (PMDB), Donegá Neto (PRB), Erlem Maciel (PTB) e Jorge Salgadeiro
(PSB). A vereadora afirmou ainda que entrará com recurso novamente, dessa vez
no Ministério público.
A sessão foi marcada por tumulto,
do lado de dentro e de fora da Câmara. Dois manifestantes foram retirados do
prédio durante a sessão. No fim da noite o protesto continuava. Os vereadores
foram vaiados durante a saída do prédio do legislativo. A confusão foi
generalizada quando Daniel Sotto e Donegá Neto deixaram o recinto.
Manifestantes acompanharam os dois até o carro às vaias, o veículo dos
vereadores foi acertado por ovos, o que gerou revolta no segurança particular
Manoel Parreira (Policial Civil afastado), contratado pelos vereadores, que
saiu de dentro do carro de Daniel Sotto agredindo um dos manifestantes. Os
seguranças da Câmara de Mirassol também participaram da agressão.
No fim do confronto, a polícia deu
voz de prisão para dois manifestantes, o que foi agredido e um colega, ação
desaprovada pelas pessoas que estavam no local. De acordo com os policiais, o
motivo da detenção foi desacato, agressão e dano ao patrimônio público, um
deles só foi liberado após pagar fiança de mil reais.
De acordo com o mirassolense Thiago
Navarrete, o manifesto foi pacífico e mesmo assim houve represálias dos
policiais. "Ficou bem
retratada a situação de descaso com a população que em manifesto pacifico
sofreu represália dos policiais que ao invés de nos proteger e controlar a
situação de uma maneira pacífica, usaram da força mostrando o despreparo
psicossocial com os cidadãos da cidade. Quanto a Lei orgânica só me resta um pensamento, revolta,
com uma cidade praticamente sem leis, ainda querem mais 5 para a corja de vereadores desocupados que mal sabem ler uma ata de sessão ou falar a palavra "resolução". Pena é a palavra que tenho pra expressar meu sentimento com a cidade de Mirassol, que é onde nasci e fui criado. Pena também da população que se julga insatisfeita e nada faz para mudar a situação”, explica Thiago.
A estudante Aline Vieira, que
também estava presente na manifestação, afirma que falta preparo dos vereadores.
“A sessão foi uma vergonha e mostra que não temos pessoas preparadas nos
representando, temos egoístas, que só estão olhando pra si mesmos. O que
aconteceu lá fora, toda aquela violência desnecessária, foi uma falta de
respeito com quem deveria ser protegido, que somos nós, o povo, que pagamos
para isso”, fala Aline.
Entenda o caso
A Câmara de Mirassol aprovou o
projeto de emenda de lei que aumenta o número de cadeiras no legislativo a
partir das eleições de 2016. A primeira votação aconteceu à surdina, sem que a
população fosse informada, o que gerou revolta nos munícipes. A Câmara chegou a
divulgar que o projeto seria arquivado, porém, a emenda foi votada e aprovada
no último dia 15. Para saber mais
clique aqui.
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Sessão na Câmara dos Vereadores foi marcada por protestos |
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120 pessoas acompanharam a Sessão dessa segunda-feira |
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Câmara de Vereadores |
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População acompanha a sessão |
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Manifestantes retirados do prédio da Câmara |
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Com nariz de palhaço e cartazes, manifestantes acompanharam
a sessão |
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População é contrária ao aumento de vereadores |
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População é contrária ao aumento de vereadores
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Vereadores se esquivam de ovos, arremessados pela população |
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O Policial Civil afastado Manoel Parreira estava fazendo
a segurança dos vereadores partiu pra cima dos manifestantes |
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Um dos manifestantes foi detido, o motivo alegado pela polícia
foi desacato, agressão e dano ao patrimônio público |
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Policial aponta arma para os manifestantes |
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Após ordem de prisão, manifestantes se dirigiram para a frente
da Delegacia de Polícia |